A psicanálise nasce a partir de uma diferenciação radical com o conceito de ciência vigente no século XIX: a verdade não se encontra mais do lado do profissional técnico, mas é apenas acessível pelo próprio paciente.

É  a partir dessa constatação que a psicanálise adota como método a associação livre, ou seja, é pedido ao paciente que diga tudo o que lhe vier a cabeça com o mínimo de restrição possível. Assim, com o auxílio das intervenções do analista, se tona poder tecer relações e colocar em palavras o que lhe causa sofrimento ou desejo, para então, poder transformar os modos de se estar no mundo. Em resumo: é a partir da sua própria fala e da escuta de um analista que se torna possível o reconhecimento dos sofrimentos e desejos, bem como criar a possibilidade de transformação dessas relações.

É claro que desde Freud até os dias atuais a psicanálise sofreu alterações e se decompôs em diversos caminhos. A clínica é um campo que permanece em disputa e que está sempre atenta às questões do mundo contemporâneo. Assim, é de extrema importância ressaltar que nenhum aporte teórico deve subjulgar um campo, ao passo que a relação entre eles deve ser de constante transformação. Em palavras práticas, o que isso quer dizer? Quer dizer que as formulações teóricas jamais devem se sobressair ao que o paciente fala e que todo o tratamento deve ser pensado a partir da singularidade de quem o procura. Portanto, o ritmo ou a forma como as sessões ocorrerão serão sempre articuladas a partir do modo como você se relaciona com seu analista.